terça-feira, 6 de julho de 2010

"... horas caídas nesse mundo de um outro mundo mais cheio do orgulho de ter mais
desmanteladas angústias..." 

Bernardo Soares/Pessoa
por Samira Sinara.

“PESSOAS”



Fernando Pessoa (1888 – 1935) pode ser considerado um dos maiores expoentes da literatura universal. Junto com a geração de poetas que lançou a revista Orpheu, mudou o paradigma literário de Portugal no início do século XX, derrubando mitos culturais herdados do passado. Mais do que os seus contemporâneos, Pessoa deixou uma obra que hoje é considerada uma referência de época no desenvolver da literatura do seu país. O caso dos heterônimos não tem paralelo na literatura. Foi um poeta que inventou outros poetas, com identidades, personalidades, crenças e histórias de vida próprias, dividindo-se em dezenas de personagens literários que se contradizem uns aos outros, e mesmo a si próprios. Dentre os seus heterônimos poetas, destacam-se Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis. Caeiro é considerado o mestre de todos, inclusive de Fernando Pessoa ele mesmo.

A prosa também faz parte do seu espólio. O Livro do Desassossego, de autoria atribuída ao seu semi-heterônimo Bernardo Soares, representa o que há de mais rico em sua prosa. Soares é considerado um semi-heterônimo porque, segundo o próprio Pessoa, não sendo uma personalidade outra nem a dele, é uma “simples mutilação dela”.




Alex Maciel.